CAPITALISMO E CRISE – PERSPECTIVAS, por Antonio A Lourençato

Resumo
Este texto tem por objetivo comentar, tendo como base teórica textos e conceitos marxistas, as razões das crises e transformações do capitalismo. O escopo a seguir tem por objeto considerar parâmetros que possam determinar o comportamento capitalista contemporâneo abordando elementos que conformam as crises desse sistema.

Introdução
A finalidade deste trabalho é discutir formas das crises capitalistas com base nos fundamentos teóricos marxistas, independentemente das transformações do capitalismo ao longo da história, procurando situá-las como resultados inerentes ao movimento de reprodução deste sistema à luz de alguns contextos, entre os quais a globalização e a extensão da atual crise do sistema, procurando-se explorar a lógica que caracteriza a crise contemporânea.

Capitalismo e crise

 

A hipótese de que o capitalismo encontra-se mergulhado em permanente crise por conta de suas contradições marcadas por estagnações e turbulências, permitirá avaliar suas insuficiências, bem como seu caráter idealista e doutrinário. Pretende-se, também considerar as relações entre crise e globalização, procurando, para isso, fundamentar as bases econômicas responsáveis pelas transformações capitalistas. Ao final procurar-se-á alinhavar algumas idéias a título de conclusão a partir de observações quanto às tendências e perspectivas para o Séc. XXI, a partir de uma breve crítica ao modelo que permite a manutenção dos desequilíbrios nas relações de produção e apropriação de excedentes, bem como da opção pela atividade rentista.
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Como uma feijoada pode ensinar elasticidade e outras coisas sobre economia? Por Robson Barbosa

Há algum tempo, logo após o almoço, estava caminhando com os colegas do trabalho. Era um dia bonito, fizemos a volta no estacionamento e já estávamos voltando para o 2º tempo, foi quando uma das conversas tratava de discutir o preço da feijoada vendida perto da casa de cada um. Era apenas uma comparação de preço, um bate-papo descontraído mesmo.

Um dos colegas disse que perto da casa dele vende feijoada vegetariana. Eu particularmente nunca tinha ouvido falar, mas ele disse que era mais caro que a feijoada normal.

Ele disse que achava estranho, pois na feijoada vegetariana pode-se gastar menos com ingredientes, além da possibilidade de cozinhar tudo em separado (feijão, carne, carne de soja, calabresa, salsicha de soja e etc, cada um separadamente), e depois juntar o que vai como normal e o que vai como vegetariana.

Posso parecer meio louco, mas nesse instante eu só pensei como essa conversa poderia ser usada para explicar o que é elasticidade-preço da demanda, fiquei viajando sozinho. Leia Mais…

A Economia das Redes Sociais, por Matheus Albergaria de Magalhães

O filme “A Rede Social”, lançado no Brasil no segundo semestre de 2010, conta a história dos bastidores da criação da maior rede social virtual da atualidade: o Facebook. Mais do que isso, o drama em questão foca na acirrada disputa entre os criadores da rede pelos lucros decorrentes do sucesso internacional desse empreendimento. O motivo da disputa deve-se à enorme popularidade do Facebook: atualmente,a rede possui mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo. Tamanho sucesso retrata  em última instância, o fenômeno contagiante das redes sociais na Internet.

Em uma pesquisa em coautoria,procurei analisar o funcionamento de uma rede social específica e bem conhecida dos jovens brasileiros, o Orkut. Para tanto, utilizei uma base de dados composta de 450 perfis de usuários dessa rede, abrangendo diversos estados brasileiros.

A Economia das Redes Sociais

Os resultados obtidos a partir deste esforço de pesquisa ajudaram a confirmar algumas impressões básicas que se tem dos usuários de redes sociais. Por exemplo, a maioria dos usuários na amostra analisada era jovem (tinha entre 18 e 30 anos),possuía naturalidade brasileira, com o Brasil ocupando o primeiro lugar no ranking de nacionalidades da rede no ano de 2005 (ano de coleta dos dados). Além disso, a maioria dos perfis contidos na base de dados correspondia a pessoas solteiras, que diziam não fumar, mas admitiam beber socialmente, ao mesmo tempo em que justificavam a entrada no Orkut a partir do objetivo de ampliação de seu círculo social.

Um resultado inesperado à primeira vista foi o fato de que os usuários analisados pareciam se preocupar mais com os números de contatos que possuíam em seus perfis do que o número de comunidades aos quais pertenciam. Em particular, um dos resultados enfatizados na pesquisa demonstrou que parecia não existir qualquer relação entre aqueles usuários que possuíam o maior número de contato sem seus perfis e aqueles que pertenciam ao maior número de comunidades da rede.

Por exemplo, foi possível encontrar Leia Mais…

Mercado Financeiro, por Manfred Back

“A natureza humana exige sucessos imediatos, há um deleite especial em ganhar dinheiro rapidamente e os lucros remotos são descontados pelo homem médio a taxas muito elevadas”. (Keynes).

O investidor brasileiro não tem o hábito, nem a cultura, de investir seu capital no mercado de ações. Tradicionalmente a maioria dos brasileiros investe seu capital na caderneta de poupança. O que mostra duas coisas: sua aversão a risco e falta de esclarecimento dos agentes financeiros sobre outras possibilidades de investimentos no mercado de capitais. Não invisto em ações porque não entendo muito a respeito, ou, não entendo de ações, por isso não invisto. Uma tendência de não correr risco, faz com que a maioria opte por investir nos ativos de renda fixa em detrimento aos de renda variável. Os investidores americanos da terceira idade,ao contrário dos brasileiros,investem suas economias em ações de empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos, o que mostra como a cultura faz diferença. São necessárias ações afirmativas de marketing no sentido de esclarecer as vantagens, desvantagens e riscos que oferecem os mercados de ações.

O que posso fazer com meu recurso poupado? A resposta está Leia Mais…

Sobre a Crise na Europa, por Evelyn Vitor

É possível estabelecer medidas para solucionar ou no mínimo, amenizar esta Crise?

O texto a seguir vai apresentar alguns pontos levantados como sendo estes, um caminho a percorrer na busca de sancionar este grave problema, que afeta o mundo, em termos econômicos e socioeconômicos.

O primeiro grande desafio consiste em realizar todos os benefícios que, de acordo com a teoria, podem esperar, da afirmação das economias de escala, da integração de mercados, da coordenação de políticas econômicas, da procura comum de soluções para os problemas que se manifestam, seja no plano nacional, seja no plano da União. Espera-se que o euro seja, a este nível, um fator de transparência, de aumento de eficiência na utilização de recursos, de racionalização de processos, de melhoria geral do desempenho da atividade econômica. Este desafio parece, no entanto, de parar com dificuldades que resultam, precisamente, da contradição entre o nível elevado de integração monetária a que se chegou e a ausência de uma identidade econômica comum. Esta contradição manifesta-se entre, outras coisas, no fato de o Pacto de Estabilidade e Crescimento ser o grande documento orientador da política econômica interna.

Limita-se a margem de manobra das Leia Mais…

Uma reflexão sobre a semelhança entre os Ciclos Econômicos e os Ciclos da vida pessoal, por Robson Barbosa

Cada dia que passa, me convenço mais de que os ciclos econômicos e os ciclos da vida pessoal (emocionais/racionais/vivenciais em geral) são semelhantes. No ciclo de vida pessoal estamos o tempo todo buscando satisfazer alguma necessidade, seja felicidade, sucesso profissional ou pessoal, amor, benevolência e etc. No ciclo econômico também, procura-se mercadorias, procura-se compradores, procura-se crescimento e sucesso, procura-se cumprir missão, procura-se lucro, e etc. Se entendermos que a economia é, sem entrar em muitos detalhes, bem por cima mesmo, fruto das inter-relações humanas, no que se refere à necessidade de algo e a oferta ou satisfação dos mesmos, talvez não seja um absurdo dizer que os ciclos econômicos são semelhantes aos ciclos da vida pessoal por serem exatamente fruto de nossas inter-relações dentro da sociedade, entendeu?

Filosoficamente, talvez Adam Smith tenha passado essa mensagem há muito tempo quando escreveu: “cada indivíduo procura apenas seu próprio ganho. Porém, é como se fosse levado por uma mão invisível para produzir um resultado que não fazia parte de sua intenção…”(…)”Perseguindo seus próprios interesses, frequentemente promove os interesses da própria sociedade…”. Entendo que ao escrever isso, ele refletiu que a vida de cada pessoa, bem como suas necessidades e o que elas tem a oferecer, estão intimamente interligadas na sociedade de forma que os indivíduos possam se completar entre si.

Agora voltando à reflexão, o ciclo a que me refiro é o seguinte: expansão, contração, recessão, recuperação, num ciclo infinito. Na vida pessoal, como na economia Leia Mais…

Geneconomia, por Matheus Albergaria de Magalhães

Há pouco tempo, tomei conhecimento de uma nova área de estudo em Economia, relacionada a temas de Genética. À primeira vista, me perguntei qual seria a importância da área para os economistas da atualidade e, por conta disso, resolvi ler um artigo resumindo alguns dos principais resultados relacionados.

Devo admitir que fiquei positivamente impressionado com as perspectivas apresentadas no artigo.

Pesquisadores envolvidos na área vêm empregando o termo “Geneconomia” para descrever a utilização de dados genéticos na análise de temas socioeconômicos. Vale à pena citar algumas questões que poderiam ser respondidas por estudos deste tipo. Por exemplo, quais são os fatores determinantes do grau educacional e dos salários recebidos por distintos indivíduos? Por que, em alguns casos, irmãos oriundos dos mesmos pais e criados no mesmo ambiente, tendem a apresentar consideráveis diferenças em termos de carreiras profissionais? Leia Mais…

Desigualdade da renda do trabalho no Brasil na primeira década de 2000: um recorte (pequeno) da estrutura produtiva nacional, por Vladimir Camillo

A estrutura produtiva da economia brasileira condiciona a desigualdade de renda do trabalho ao criar um perfil de demanda por trabalho muito heterogêneo. A hipótese central que liga a estrutura produtiva nacional a desigualdade da renda do trabalho pode ser enunciada da seguinte forma:

i) a estrutura produtiva brasileira é polarizada: de um lado, predominam atividades econômicas mais tradicionais, de baixa e média intensidades tecnológicas, que demandam uma força de trabalho de menor qualificação e de baixa remuneração; de outro lado, há poucas atividades mais avançadas, com elevada intensidade tecnológica, que demandam um tipo de trabalho mais qualificado e de melhor remuneração. Sendo assim, a estrutura produtiva gera uma polarização em termos tecnológicos e salariais, mantendo elevada a dispersão salarial e a desigualdade de renda. Na primeira década de 2000, houve uma maior demanda por trabalho de baixa e média qualificações, expandindo seus rendimentos (embora continuem relativamente baixos) e aproximando-os dos ocupados de maior qualificação que perderam participação na renda do trabalho em função de uma menor demanda por trabalho de maior qualificação.

Desagregando essa estrutura produtiva por meio dos três grandes grupos de atividades Leia Mais…

Novas Experiências em Sala de Aula, por Matheus Albergaria de Magalhães

Atualmente, um desafio comum para professores universitários corresponde a encontrar maneiras de motivar seus alunos. Em uma época onde ocorre ampla disseminação de informações, assim como a presença de distintos estímulos sensoriais, é cada vez mais difícil tornar a sala de aula um lugar interessante para a maioria dos estudantes, especialmente no caso de cursos de Ciências Sociais Aplicadas, como Administração, Contabilidade, Economia e Relações Internacionais, por exemplo. Ainda assim, é possível pensar em novas maneiras de transformar as aulas em experiências dinâmicas, participativas e, até mesmo, divertidas.

Uma primeira maneira de explorar novos conceitos em sala de aula corresponde à realização de experimentos. No caso, exercícios nestes moldes podem ter um duplo objetivo: primeiro, facilitar a exposição de determinados conceitos econômicos; segundo, identificar regularidades e anomalias relacionadas ao comportamento humano em um ambiente controlado.

Pessoalmente, venho observando uma considerável melhora na transmissão de conhecimentos entre alunos e professores quando da realização de experimentos em sala de aula Leia Mais…